Pouco depois de matar a mulher e o próprio filho, uma criança de10 anos, Marcílio Arcanjo, de 62 anos, enviou um áudio de WhatsApp para o amigo contando sobre o crime que cometeu dentro da casa onde morava com a família, em Ponta Porã. Na mensagem, o criminoso apresenta tom de voz sereno e sem qualquer alteração aparente, desprovido de emoções.
“O tião, é o seguinte. Eu acabei de matar a Aline e matei o Davi, daí eu vou me matar”, diz no início da conversa. Em seguida, Maurílio evidencia desejo de facilitar o acesso aos corpos e deixa recomendação. “Eu vou deixar o portão aberto e daí você vem aqui tomar as providências cabíveis e chama a polícia, tá bom? Só isso que eu tenho para te avisar, beleza?”, finaliza.
O áudio tomou grande proporção de compartilhamento entre grupos de WhatsApp e viralizou entre moradores de Ponta Porã, a mulher de Maurílio, de 37 anos, e o filho dela foram encontrados mortos na casa que fica na Rua Homenelio Marques, no Bairro Kamel Saad, na região da fronteira.
Maurílio agonizava em meio a uma poça de sangue quando a polícia chegou para atender a ocorrência. Segundo informações ele tentou contra a própria vida de posse de um revólver cal. 38. No quarto, havia várias cápsulas de bala e uma caixa de munições, além de rastros de sangue que levavam até a varanda da casa.
Segundo informações ainda, dão conta que a vítima era irmã do comandante da Guarda Municipal da Fronteira, Juliano Luiz Perez Gomes. Ainda segundo informações, consta que pela posição dos corpos, o menino teria se jogado na frente da mãe para evitar que o tiro a atingisse.
Vizinhos relataram que Marcílio era violento com a família, tinha uma extensa ficha criminal, por porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal dolosa, quando há intenção, e ameaça em violência doméstica.
O suspeito está internado em estado grave no Hospital Regional de Ponta Porã, após passar por cirurgia. Na sala de cirurgia, constataram que ele tinha duas perfurações no peito e algumas queimaduras. Ao menos cinco tiros foram disparados no tórax da mulher e dois na criança. A polícia segue acompanhando o caso.